segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Não Capitularemos

A justamente 5 dias do 7º aniversário da César Editoras recebemos a notícia da morte de Charles Manson, uma figura paradigmática do mais esotérico seguimento de culto.
Os falhanço da sua carreira musical não deve constituir qualquer surpresa, não só pelo facto de se ter imiscuído nele numa altura em que os grandes músicos eram verdadeiramente reconhecidos nos charts e não, como hoje, aqueles que agradam, como também pelo seu talento mediano. Contudo, admitimos, as suas músicas exibem um tom pacífico e sereno que não esperaríamos facilmente numa figura proeminente do crime organizado. É esta mesma surpresa que nos parece fortalecer o gosto pela sua arte, pois revela este lado aparentemente bondoso do singer/serial-killer e levanta questões interessantes sobre uma das principais figuras da cultura pop-americana do passado século. A César Editoras revê-se parcialmente em prospectiva na pessoa que hoje evitamos parecer honrar. Na verdade o homem tinha algumas qualidades interessantes, nomeadamente o seu gosto musical. Por outro lado esse gosto musical foi levado ao extremo e fundamentou-se num enorme racismo (note-se que a famosa teoria em redor do Helter Skelter foi baseada no White Album), que Manson gloriosamente eternizou na desconchavada suástica que imprimiu na testa.
Mas porque razão faz a César Editoras esta comparação? Tenha em conta que o seguinte não é uma ameaça.
Nos idos de vários meses já ultrapassados agimos sempre com as melhores intenções, ou seja, aquelas que melhor serviam os nossos interesses. Muitas vezes foram ignoradas, outras vezes descritas como fraude fiscal, mas desejamos apenas que se saiba que somos todos bons rapazes. Não recrutaríamos uma criança-soldado, por exemplo. Uma criança para soldar? Talvez, mas essa área é uma fina linha entre o muito engraçado e o estúpido e preferimos não correr risco. Divagações. Através deste espírito da promoção do bem comum, dentro dos trâmites da capacidade financeira da empresa e do uso justo da boa vontade, acreditamos ter agido regularmente em prol daqueles que se cruzaram no nosso caminho e daqueles a quem o barrámos obrigando-os a ouvir o que tínhamos por afirmar. Contudo este espírito nobre e humilde viu-se por várias vezes frustrado por opiniões contrárias às nossas e essas, sabemos bem, não estavam certas. Relembramos assim ao leitor que na César Editoras somos uma família, organizada por uma estrutura algo frágil e com muitas vigas atravessadas, mas uma família, contudo. E a cada ano que passa nos damos por mais capazes de sair à rua e espalhar a nossa boa vontade pelos 7 cantos de Lisboa. O seguinte aniversário marcará o sétimo ano de existência da empresa, um número chorudo, e não aceitaremos nada menos do que total aceitação da nossa profética boa vontade. Não capitularemos, nunca! Podemos perder. Mas levaremos o mundo connosco. Tudo num regime de boa fé, claro.


André Lazarra, Consultor Linguístico



Sem comentários:

Enviar um comentário