sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Prémios César-Editorianos Suspensos Indefinidamente

É este o primeiro encontrão? O primeiro ligeiro toque que desencadeia a linha de comandos do apocalipse? Não, dizemos nós agora. O Fim dos tão afamados Prémios, que granjearam duas edições, não espelha qualquer crise dentro da empresa. Simplesmente nos aborrecemos de olhar o mundo exterior e apontar sucessos e "sucessos". Também não estamos na defensiva. Sabemos que essa atitude parece transparecer nos nossos anúncios, comentários e providências cautelares, mas nem sempre é o caso. Este não é.
Que dizer agora dos PCE? Em tempos de outrora encarregaríamos André Lazarra ou o Gomes (Ah Gomes!) de encaminhar para este website luxuoso uma mensagem críptica e repleta de erros de ortografia com a qual preencheríamos o seu tempo e o nosso espaço internáutico. Mas agora, diante deste computador velho, às 2:14 da manhã, o Beco sangra aqueles sentimentos que o mantiam vivo também quando ninguém o habitava. Mas reiteramos assertiva e peremptoriamente: este pequeno percalço não significa uma crise alastrada e metastizada no corpo docente da nossa querida editora. Não. Argumentar dessa maneira seria recorrer àquela falácia esbelta que recorre a um, claro, recurso estilístico que visa descrever o todo a partir somente de uma parte.
Apenas estamos aborrecidos, muito, muito. Aliás, só escrevemos esta mensagem em razão do nosso aborrecimento. Geralmente descoramos o nosso dever informativo, aliás, odiamo-lo visceralmente setenta por cento das vezes, pelo que podeis averiguar somente a partir desta mensagem todo o nosso estado de enorme aborrecimento. Mas somente porque agora, sim agora, lo dissemos. É esta a direcção, de cima (muito acima) para baixo. Nunca ao contrário, pois ao contrário chegar-se-ia erradamente àquela conclusão da qual nos vimos distanciar com esta curta intervenção, que serve essencialmente de resposta a uma acusação que criámos para nós próprios, uma claríssima manifestação de receio, diríamos poradventura.
Se ainda lê, é porque ainda escrevemos. E se escrevemos é porque temos razão para o fazer. E talvez até uma necessidade premente que Rainer Maria Rilke louvaria com certeza. Mas quem és tu, oh escritor que de ti só li uma contracapa com letra muito grande?
Divagamos e, desse modo, dispersamos.
Tentaremos ser um pouco mais activos nesta plataforma que já conta com mais de quatro anos. No início pensávamos muitas vezes: Como será olhar estes escritos daqui por duas décadas, vinte anos? A tarefa da continuação deste projecto adensa-se com camadas de muita dificuldade e uma textura viscosa. Logo se vê.

César Editoras

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