segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Assassínio No Beco Do Julião

Quando remete para questões sombrias e ácidas como assassínios o Beco do Julião é surpreendentemente pioneiro. Não se esforça para isso, mas cidadãos acham-no propício para actividades ilícitas e de carácter moral questionável.

Por essa razão pedimos apenas que, se estiver a ler esta mensagem, limpe a poça que de si ou outra pessoa vier. Sangue, bílis, vomitado, tudo é aceitável no chão endurecido pela experiência do Beco do Julião, mas o nosso staff de limpeza, de nome Viktor Khazyumhov apenas aparece no escritório quando o resto dos membros aparecem, pelo que quando estes de facto comparecem, deparam-se com lagos de composição indefinida que, por questões de prevenção, encarregam um macedónio limpar pelo preço de uma sandwich.
Onde diz "sandwich" é-nos sugerido, pelo corrector a palavra "sandice", que no âmbito da curiosidade significa "tolice" ou "idiotice".

Desta forma, agora que se encontra informado, caro leitor, se estiver à beira de uma situação suja e descontrolada que idealmente acaba sem grandes salpicos, por favor limpe-a a seguir e enterre o que necessitar no vaso alto que instalámos para o efeito.


Hoje de manhã, quando Lazarra encontrou à porta de entrada Lenocínio Baptista encurralado nos seus pensamentos o seu olhar já indicava ter adivinhado a situação: mais um assassínio.
A senhora, meia mergulhada em ácido sulfúrico jazia, isto é, apenas metade, no chão. O senhor ou senhora (bastante menos provável) que efectuou o crime utilizou de forma inapropriada o vaso alto que lhe facultámos. Sendo de barros, este não aguenta o poder infinitamente corrosivo do ácido na qual a menina de 14 anos foi embebida. Provavelmente tentando erradicar sinais de moléstia, o criminoso está agora a ser interrogado.

Assim sendo informamos o nosso amigo fora da lei que um vaso maior, no qual já cabe até uma jovem adulta com problemas familiares, de aço e outros materiais foi colocado à sua disposição para que, aquando do acto se sinta menos constrangido e nós menos encarregues de actos em relação aos quais somos indiferentes, exceptuando quando ouvimos o habitual grito de dor/prazer e pedimos aos actores para diminuir o ruído.


César Editoras

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Entrevista A André Lazarra (Emerge-Me!)

Sem o nosso conhecimento André Lazarra proporcionou uma entrevista a uma revista musical não revelada (pelo mesmo) espanhola proveniente da cidade basca de Zarimutz.

A entrevista data de 25 de Agosto de 2015 e o próprio consultor linguístico se ofereceu, como o seu trabalho estipula, a traduzir o texto originalmente em dialecto. Poderão existir incorrecções.


André Lazarra, músico português e consultor linguístico de profissão primária lançou dia 19 de Agosto o seu segundo álbum em apenas um ano, de nome "Numa Mercearia Em Monção". Composto por 12 músicas, na sua totalidade instrumentais, o projecto, do artista cujo nome artístico é Emerge-Me! tem vindo a ganhar algum apoio, mas sempre bastante moderado.


Revista Espanhola: Bom dia André, com que facilidade se lançam dois álbuns de originais num ano?

André Lazarra: Vária.

RE: Este segundo álbum possui um nome algo invulgar. Para as pessoas que nunca foram a Monção (Minho, Portugal), que sensações poderão estas obter assim que lá puserem os pés, tendo previamente ouvido este seu trabalho?

AL: Não ideais sensações a meu ver. Quando lobriguei as verdejantes planícies que rondam a vila em questão senti uma sensação de realização incalculável, isto após ter visitado a vila que inspirou este disco. Tendo inspirado este poderoso trabalho, não creio que ouvir o meu disco seria ideal, visto que estes viajantes iriam visitar Monção com pressupostos erradas e conclusões não inerentes à sua, mas à minha viagem.

RE: Há alguma música não inspirada em Monção?

AL: Todas exceptuando aquela da qual é oriundo o nome do álbum.

RE: E porquê uma Mercearia?

AL: Quando escrevi a música estava dentro de uma Mercearia. Um belo local, perto de um fontanário e um banco bancarroto no qual me sentei antes e depois de entrar no estabelecimento que me serviu uma maçã. Uma excelente maçã, e uma excelente tarde de Verão. Era Maio, mas era Verão, sabia-se, na mesma medida em que quando se entra num quarto escuro poderá estar de dia. Certas atitudes são inerentes a grupos aos quais não podem escapar, por muito pouco pertinentes que estas sejam. Era Verão e sabia-o. Era também dia 10 ou 11 de Maio, se não me engano. Tudo tem um lugar diz o filósofo, mas a entropia existe, diz o cientista. Nesse momento senti-me no meio de tudo e provido de nada. A música seria facilmente a banda sonora desse rápido e eterno momento.

RE: Vejo, mas escreveu a música num papel, ou tocou-a na guitarra?

AL: Não alegaria isso. Escrevi-a na minha cabeça, porque a lá pertence a sua existência. A versão que ouvirdes não é de forma alguma igual à versão que ainda hoje oiço. É meramente uma tentativa.

RE: Ouvindo o disco, certas músicas, como "Adufe" soam bastante tradicionais, mas outras , como "Reveste-Me De Sabedoria" ou "O Frio E Rotativo Lar De Idosos" soam a uma evolução dos tempos, enquanto que o resto parece ser bastante relativo ao seu ser.

AL: Não alegaria isso. "Adufe" foi uma experiência irrepetível e não exijo mais desta música. A faixa que encerra o álbum por sua vez é dedicada a todos aqueles que sacrificam a sua vida para bem da de outros, heróis que não temem a morte, ou, temendo-a, enfrentam-na, sabendo que esta se torna cada vez mais uma realidade a cada hora, minuto que passa. Estas pessoas não lutam nas guerras para as vencer e viver mais trinta anos de glória. Estas pessoas sabem o que as espera quer sejam cautelosos, quer se atirem da janela do seu quarto, assumindo que o conseguiriam fazer. É uma realidade triste e ignorada. O conforto físico não está de forma alguma ligado ao emocional nestas situações.

RE: E em relação a "Reveste-Me De Sabedoria"?

AL: Ocasionalmente surgirá a vontade de vender discos. 

RE: Encerrando a nossa entrevista, pergunto-lhe se irá fornecer aos povos europeus um Tour?

AL: Não, não consigo reproduzir o que senti quando não o estou a sentir. Não sou um actor, não finjo e tudo que vedes é genuíno e obra do momento, do momento e de um torpor que ainda me hoje causa dores de cabeça. 

RE: Agradecemos a sua participação na nossa entrevista e desejamos-lhe boa sorte no futuro.

AL: Seria mais cordial desejar-me boa sorte já, mas mais seria impossível esperar, e esperar não posso.

André Lazarra levanta-se rapidamente e sai da arrecadação disponibilizada.


Numa Mercearia Em Monção e outros trabalhos de Emerge-Me! estão disponíveis seguindo este link

NOTA FINAL: 4/10



Lenocínio Baptista, advogado estagiário

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Por Portugal A Fora 3

"Lesteis bem", dizia já um professor avulso.

É, como de costume, com uma satisfação moderada e pouco pronunciada que a César Editoras confirma a existência do 3º episódio de Por Portugal A Fora (PPAF).

O futuro episódio, com data de exibição ÚNICA marcada para Setembro de 2016 irá contar com "o desertado", isto é, o membro que participou apenas no primeiro episódio, tendo decidido condenar o segundo ao sucesso.

A paragem de dois anos que intercala estes dois momentos foi necessária para angariar o material necessário à realização de um terceiro vídeo, que à semelhança dos anteriores, se manterá dentro das mesmas linhas.

Com a colaboração da equipa da César Editoras e agentes exteriores a esta, o episódio em construção será esquecível, mas permanecerá nas mentes dos espectadores durante um tempo mais avultado que os que o precederam.

Por favor não associe de forma violenta os projectos exibidos com o por demosntrar.
Os exibidos, isto é, o 1 e 2, são aqueles que completam uma trilogia, sendo que este terceiro pode e talvez deva ser considerado como uma nova temporada, uma evolução que desaguará numa provável devolução/recusa dos nossos espectadores.

Para saber mais sobre este assunto em específico ou outros relacionados com a César Editoras, não hesite em visitar a nossa vagarosamente-em-construção Wikia:

http://cesareditoras.wikia.com/wiki/Por_Portugal_A_Fora

André Lazarra