segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Um Feliz Ano Novo

Neste fim sereno e pacato do ano de 2015, "o Calmo", o qual dedicámos à nossa recomposição estética e financeira, agradecemos a todos os senhores e senhoras que, no entanto, participaram, ainda que com alguma repulsa, nos nossos variados e dinâmicos projectos.

Após um enorme gasto com a Viagem Ás Ásias, que nos viu visitar portentosos sítios dos quais deveríamos ter retirado mais do que efectivamente conseguimos, e o fiasco de nome "Amor De Mãe", no qual depositámos erradamente todas as nossas esperanças e esforços relativos ao ano de 2014, "auto-sugerimo-nos" a realização de um ano de calma e reestruturação.
E acreditamos sinceramente que correu de forma agradável e suave, sem grandes projectos de cariz ilegal ou emocionalmente desafiante para os nossos leitores, havendo ainda prometido o Por Portugal A Fora 3, a sair em Setembro de 2016, e um disco de Páscoa, porquanto ao Natal chegámos atrasados.
André Lazarra lançou ainda o seu 2º álbum que muito certamente terá seguimento já no próximo ano.
O Falecimento semi-voluntário de O Gomes e a contratação de Fabrício e seu consequente despedimento, que deu lugar a Lenocínio Baptista, mais a chegada de Joaquim Orduras completaram uma reestruturação também larga a nível de pessoal.

Essencialmente este ano passou-se sobretudo no plano da consciência e do pensamento, dado que a prática foi escassa, quando comparada com os anos anteriores que nos viram importunar muita gente.

Em Revista fica assim o nosso ano, numa linha temporal extremamente sucinta:

14/01: O Gomes é violado no Beco do Julião.
24/02: Suicídio Semi-Voluntário de O Gomes.
25/02: Emerge-Me! é lançado oficialmente.
30/03: 100ª Mensagem no Site Oficial.
07/04: André Lazarra abre publicamente conta no Zomato.
20/04: Fabrício é oficialmente contratado.
29/04: Fabrício estraga o computador de André Lazarra.
09/05: Comitiva César-Editoriana assiste a um concerto de Micah P. Hinson.
25:05: César Editoras propõe uma votação para um novo Slogan.
05/06 - 24/06: Férias de Verão culminam numa visita a Berlim.
30/06: André Lazarra compra os direitos de autor de Amor De Mãe.
11/07: César Editoras adopta o seu novo Slogan, votado publicamente.
12/07: Joaquim Orduras assina com a César Editoras
17:07: Fabrício avisado sobre o seu comportamento. Ameaça de despedimento.
22/07: "Numa Mercearia Em Monção" é anunciado.
29/07: "O Abade", primeiro Single de NMEM é lançado.
16/08: Fabrício não acata atitudes César-Editorianas e é despedido. Contratação de Lenocínio Baptista.
19/08: "Numa Mercearia Em Monção" é lançado oficialmente, via Bandcamp.
11/09: Por Portugal A Fora 3 anunciado para Setembro de 2016.
15/10: César Editoras inicia conta no Album Of The Year.
29/10: César Editoras promete tentar contratar uma mulher. Falha por opção.
31/10: César Editoras intervém no plano social do seu tempo. "Intervenção César-Editoriana"
25/11: César Editoras completa o seu 5º aniversário.
13/12: Início da votação pública relativa ao nome mais ultrajante da língua camoniana.
28/12: Provavelmente está a ler esta mensagem. Feliz Ano Novo da César Editoras!


André Lazarra, Consultor Linguístico


quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Da Definição Daquilo Que É Violável

Hoje lemos na Internet uma declaração ou crítica de uma moça que admiramos bastante, embora não saibamos nada desta senão que é gorda e que considera que a obesidade é uma arma fundamental contra a violação.

No seu poema "Rape Prevention Potluck", que muito enaltecemos, Beck "Fat Becky" Cooper considera que uma mulher que não quer ser alvo de investidas sexuais de cariz ilegal deverá proceder à ingestão desmedida de calorias.

Na César Editoras trabalhámos desde muito cedo com o tema da violação, tendo feito várias investigações e pesquisas práticas sobre o tema. Neste sentido, e prevendo que a discussão se irá intensificar nos futuros dias, iremos expor os conteúdos que pensamos ser necessários para uma boa fluidez e compreensão do assunto. Essencialmente estamos a fazer a cama onde todos os participantes, querendo ou não, se irão deitar.

Não é possível definir aquilo que é violável ou não, porquanto os intervenientes, geralmente mais em número da parte do lado dos agressores, são muitos e distintos, física e emocionalmente.

Mas violável é um conceito altamente pejorativo, considera maior parte das pessoas.
Na verdade, na César Editoras colocamo-lo num patamar tão elevado quanto o de Beleza, ou seja, uma mulher fêmea deveria ficar tão lisonjeada ao ser considerada "muito bonita" quanto ao ser denominada de "muito violável".
Embora "violável" possa trazer noções de fraqueza e baixa auto-estima à caracterização da vítima, muitas vezes é a própria auto-estima diminuta que impede a compreensão do elogio. Com isto se entende que beleza e baixa auto-estima, ambos conceitos facilmente antagónicos andam de mãos dadas com o de violável, quando juntos.
Contudo para o indivíduo que arrisca uma pesada pena a baixa auto-estima e fragilidade não é necessária para motivar a sua investida possivelmente sifilítica. Uma beleza inigualável ou por si nunca antes vista não seria necessária para motivar uma acção moralmente condenável? Não é este um elogio da parte do agressor? O que levaria uma pessoa, sã ou insana, a cometer tamanho avanço, se deste não tirasse regalias tão fabulosas? A beleza suprema desta criatura seria uma arma sua que agiria também facilmente contra si, aquando da indisponibilidade do seu cuidado e razão.

Na verdade há várias situações, pelo que "violável" enquanto elogio poderá ser visto como uma situação de extrema raridade. Geralmente estupros são motivados por outras situações que não a beleza da mulher, como por exemplo o sono, a embriaguez, fragilidade física, incapacidade e limitação mental, credulidade cega num Deus todo poderoso, idade, etc...
Desta maneira torna-se muito complicado "eufemisar" o acto da Transgressão Sexual colocando no agressor muito boas e muito más intenções. Apenas o torna mais confuso e menos desejável.
Nunca conseguiremos esclarecer esta situação. Não há na violação nada de digno, mas de derradeiro e último.

Que fique claro que não favorecemos estes comportamentos, embora muitas vezes e de forma negligente os tenhamos promovido.
Esta acção deplorável, mas fonte de inúmeras e magníficas jocosidades, é um assunto de muita relevância em países em desenvolvimento económico e social (naturalmente) e não pretendemos patrociná-la de qualquer modo ou forma.


Numa nota final perguntamos a Fat Becky se esta não gostaria de ser violada para perceber que assuntos como a prevenção deste acto são de muito superior importância que as suas reivindicações. O simples facto de não ser considerada violável, conceito com cuja definição concorda connosco, coloca-a numa posição de peso, acima de todas as pessoas que sofreram tais transgressões, o que tornará a posição destas últimas ainda mais desconfortável, com mais um peso no seu peito.
Não se deveria esta senhora preocupar-se com a boa forma e alimentação saudável, em detrimento de procurar o mediatismo que advém da requisição de um estupro?!
Se prefere tornar-se passível de ser violada para que mais homens bem intencionados se interessem por ela, ou exige que estes alterem as suas preferências consumistas, de qualquer forma ou está a revelar enorme ignorância ou quase a render-se aos padrões de beleza que tanto repudia. Aceite-se como é e não se tente passar por um peso pesado do activismo saudável com propostas e ideias inacessíveis!
Uma mulher obesa deveria sentir-se agradada, como qualquer outra, magra ou montanhosa, se um homem nela mostrasse interesse, mas não deveria nunca exigir que o número destes fosse igual para ambas as variáveis quando compreende as tendências. Se pretende investidas e mostrar características aliciantes mas fazíveis a curto prazo leia um livro e torne-se interessante, pois muito espaço para estas aparentemente tem!


Afinal não a apoiamos assim tanto, Beck "Fat Becky" Cooper, nem física nem psicologicamente,

César Editoras



domingo, 13 de dezembro de 2015

Determinação do Nome Mais Ultrajante da Língua Portuguesa

Foi agora iniciada a votação que determinará qual o nome mais ilegal presente no vasto leque de opções facultado pelo Registo Civil.

Os nossos especialistas encurtaram uma longa lista e reduziram-na a apenas 20 nomes, masculinos (6) e femininos (14), os de pior gosto, e cabe agora a si, caro leitor, participar com a sua pesada opinião nesta investigação que terminará no dia 18 de Janeiro do próximo ano, 2016. O nome Leandro foi o último a ser retirado da composição actual, o que não justifica entretanto a sua utilização para qualquer efeito!

Note-se que todos estes nomes são provenientes da língua portuguesa, e não do dialecto inferior português-brasileiro que é um guia fácil para um exame nacional custoso. O português brasileiro, por sua vez, dar-nos-ia a oportunidade de realizar esta sondagem, mas com uma lista de cerca de 630 nomes, fora todos aqueles que os pais das pobres (também monetariamente) crianças podem legalmente inventar para gerar valentes e valiosas risadas do outro lado do Atlântico.

Boa Sorte!


Numa nota que ladeia este projecto queremos expressar a nossa enorme tristeza relativa a esta realidade, que possibilita a morte de uma pessoa antes do seu nascimento, tal e qual como um intrusivo aborto.
Damos o caso dos pais extremamente católicos que decidem provir a sua criança do nome Domingas (sublinhado a encarnado pelo próprio Google!). Não se contradizem ao matar o feto antes do seu merecido e pegajoso parto? Pois bem!

Se o seu nome constar na lista pedimos-lhe que por favor não vote num nome que não o seu, se de facto tiver a consciência de que o seu é claramente o mais horrendo nome existente da língua portuguesa. Se achar que estamos errados ao colocá-lo nesta investigação, contacte-nos sem reservas, mas utilize um nome diferente para o levarmos a sério.
     Exº: Se se chamar Mauro Silva, contacte-nos com o nome Rogério Silva.


César Editoras

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Disco de Páscoa

Quão tarde nos apercebemos quão próximos estamos todos do Natal!

E quando nos apeteceu aproveitar de todos os tipos de consumismos inerentes à época das mil-festas e falso-cristianismo, através de um CD festivo, compreendemos que tarde demais havíamos chegado à festa.

André Lazarra, que não aprecia o uso da dupla negativa na forma de única negativa, propôs o lançamento de tal projecto na Páscoa e, ao invés de nos aproveitarmos do espírito consumista e festivo do Natal e ano novo, decidimos explorar o espírito bondoso e ingénuo daqueles que no seu Deus crêem.

Este adiamento não só foi motivado pelo precioso tempo que utilizaremos para dar vida ao projecto e não terminar em mais um abortado, como também resultou de uns ligeiros problemas de hardware que recentemente adquirimos.

O disco de Páscoa será composto por cerca de 10 belas composições e contará coma valiosa participação de vários membros da César Editoras: André Lazarra (Emerge-Me!), Duarte, Lenocínio Baptista, letras de Joaquim Orduras, poeta, e um negro.

E em breve iremos encetar uma votação cuja finalidade será determinar o nome mais horrendo da língua portuguesa, masculinos e femininos. A César Editoras irá compor uma lista dos 20 mais ultrajantes nomes existentes e pedirá a si, leitor, para votar e decidir qual destes mais infelicidade lhe geraria. Na empresa apontamos para Mauro.

Lenocínio Baptista, Advogado Estagiário

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

O Declínio

Não querendo atingir o 16º dia consecutivo sem publicar nada no site, decidimos recorrer à criatividade genial de Joaquim Orduras, que foi sentado numa mesa no Beco e obrigado a redigir uma Composição de algumas folhas sobre um tema escolhido por André Lazarra. Seria isso ou o despedimento imediato.


O DECLÍNIO, de Joaquim Orduras

"O Declínio é de certo modo algo que sou obrigado a descrever  na medida do possível não só porque me deparo com um possível despedimento, mas também porque é condição única nas vidas humanas e, alargando a lente da minúcia, do Universo. 
A Entropia, a tendência que o Universo tem para o aumento da confusão e disparate é-nos visível a olho nu, mas não se ressente na nossa pele de forma acentuada, tal é o tamanho minúsculo das nossas até agora e para sempre vidas ignorantes.  Desta forma recuso-me a entrar num tema onde temo falhar ou revelar-me incompleto e avanço para a perspectiva que mais me agrada e convém, aquela referente ao ser humano, a criatura mais vil existente, devido à sua consciência.

Quando vemos uma senhora idosa e lhe inquirimos mal educadamente a sua idade, espantando-nos de seguida com a resposta inesperada, aferimos que esta, a senhora, se encontra extremamente "bem conservada". Será isso um progresso, uma estagnação, ou um declínio menos acentuado? Por certo o último, porquanto a aparência, embora invejável, não a permite correr 100 metros sem revelar claras dificuldades e uma diferença considerável relativa à sua tenra idade 60 anos antes.
O declínio é de um modo bastante real a ordem da vida. Que não signifique esta asserção a impossibilidade do melhoramento. Não, esse existe, mas apenas num curto espaço de tempo que faculta ao Declínio a sua importância e preponderância. À medida que gastamos o nosso tempo com acções fúteis ou não, o declínio avizinha-se sempre carregando consigo o efeito surpresa, tal como o seu fim, e o nosso. Como disse uma vez o homem que me obrigou a escrever este texto, e que acidentalmente fundou esta prestigiada e honrada empresa "A Vida é o único contacto que o ser humano tem com a Morte, pois esta última é um estado que não é de nós mesmos". Embora bem exposta e de compreensão fácil, a afirmação de facto coloca na vida uma constante um tanto desagradável e inevitável, não sendo rebatível. A partir do momento em que nascemos caminhamos já para a morte; não há um único momento no qual esta não pareça nada menos do que possível. A certa altura seremos capazes de neste facto não pensar: Momentos familiares, momentos ébrios, o sono, étesseterã. Após estes fabulosos instantes somos guiados para a verdade, que estará sempre no canto do nosso frágil (e também em declínio) olho. 
O envelhecimento, a aproximação iminente deste último momento que nunca saberemos ao certo se estaremos a presenciar, é a fase mais clara do processo. A partir de certo ponto deixamos de colocar as nossas esperanças em nós, mas naqueles que nos são queridos, abnegando-nos várias vezes em prol daquele que um dia estará no nosso lugar. A Família não encontrará exemplo rival. Assim a importância da conservação e estabilidade supera a jovial vontade de superação, que, quando é bem sucedida, apenas nos coloca num patamar superior ao do outro, que iniciará o seu declínio num nível inferior e por certo atingirá o seu fim mais cedo ou arrastar-se-á para ele de forma mais violenta, ainda que ambos o atinjam sem qualquer questão levantada. Mas há casos e casos, embora o objectivo seja claro e fácil de entender.

(...)

Eu próprio me encontro em declínio, em pura entropia emocional e futuramente física, quando me espalhar pelo desonroso chão que hoje piso. Todos o pisamos, uns com sapatos de veludo, outros com os seus pés de sola reforçada, outras com saltos altos, tentando elevar-se, apenas para cair com maior força e progressivamente de forma mais veloz, e no fundo todos cairemos e, mesmo que alguém tente amparar nossa queda e a torne menos dolorosa ou repentina, no final estaremos sempre de cara enterrada na pedra fria que, tal como nós, não sabe que algo lhe caiu em cima.

Pobre vida!"


2015/12/04