quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Dia 2 da Batalha de Ourique

Se só agora está a ouvir falar desta batalha, relembramos o conhecedor e informamos o futuro que terça feira um grupo de vagabundos invadiu o Beco Do Julião depois de o Khazyumhov ter baleado letalmente um dos seus companheiros.

Dia 2

Há agora um odor a putrefacção e ignorância relativa a cuidados de higiene presente no ar. Estamos há dois dias presos no Beco esperando incessantemente que o Khazyumhov acorde e mate os intrusos, pois embora a caçadeira já não se situe debaixo dele, com esta apenas poderemos ameaçar os parasitas, receosos de um encarceramento.

Neste momento estima-se que tenham entrado 6 vagabundos, mas não temos certezas pois vários aparentam ser macedónios e por isso, já vimos a mesma cara várias vezes, mas em corpos mais altos e mais baixos.
Eles não cessam de fazer barulho e alguns deles já conseguiram entrar dentro das paredes.
Os que falam português não comeram os restos mortais do defunto e foram apelidados de "mariconços" pelos macedónios, que mesmo assim os forçam a coisas indescritíveis durante a noite.
Eram 3 da manhã quando ouvimos um bebé chorar. Presumimos que houvesse uma mulher no bando, pois não fomos capazes de distinguir sexos entre os europeus de leste. Após os primeiros minutos de choro ouvimos um enorme baque de carne a bater numa parede, que iniciou cerca de 5 minutos de silêncio, seguidos de um laivo de choro reincidente, que foi cessado com uma fogueira.
O Khazyumhov acordou hoje (Quinta Feira) às 7 da manhã, mas não o quisemos incomodar pois ainda estava coberto de vomitado. Talvez assim se enturme com os nossos intrusos.
Hoje, às 17:00, começamos a despachar o processo.
Até lá, estamos ainda a limpar os restos de fezes que nos foram deixados pelos vagabundos, após a sua entrada.
Se querem guerra química, guerra química terão!

André Lazarra

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Correu Tudo Mal

Hoje correu tudo mal. Não há forma de pôr a coisa de forma direita. Tudo correu mal. O André não quis saber e foi-se embora mais cedo, às 14:30.
O Gomes viu o Khazyumhov a roubar o seu almoço do frigorífico. Mal sabia que este já tinha 1 ano e que o frigorífico nunca funcionou. Para piorar a situação recusou-se a limpar o seu vomitado e posterior diarreia, alegando que não era alto o suficiente para alcançar o tecto. Ninguém se conteve contra a sua indignação e ameaçámos terminar ali o seu sofrimento, o que o fez ir buscar o escadote à sala do lado, que nos foi deixado por um homem que nunca precisou dele, acreditamos nós, pois quando nos foi oferecido, o senhor estava preso ao tecto por uma corda e não lá chegou com a ajuda do utensílio.
Depois de limpo o regurgitado estava na altura de tratar das fezes que agora nos serviam de papel de parede. Nessa altura chegou André Lazarra ao escritório, para tratar da nossa papelada. Eram duas e meia da tarde.
Sem querer acordar o gato raivoso que dormitava a um canto da nossa sala de estar fomos obrigados a queimá-lo antes de acordar. Como salientou o Gomes, "todo o gato tem medo de água, mas não de gasolina". E assim descobrimos que o gato que era final uma gata estava raivoso porque anexado a esta dormiam os seus recém nascidos. Felizmente desta vez a fogueira foi controlada e não a tentámos fazer com gás.
Khazyumhov tinha assim conseguido limpar todos os seus restos e prometeu-nos que se voltasse a vomitar, seria com certeza devido ao seu problema com o álcool, algo que dentro da César Editoras acolhemos com prazer.
E quando parecia que tudo tinha corrido mal suficientemente, descobrimos um vagabundo divertindo-se com um saco de lixo facultado de vários buracos. Chamámos de novo o Khazyumhov para limpar a porcaria feita e este, não se querendo incomodar, pegou na caçadeira com uma mão e disparou, esventrando o saco do lixo e o coito do vagabundo, que ficou espalhado pela divisão. Incrédulos, não só com a coragem, mas também com a pontaria de um homem que na mão direita envergava uma garrafa de Stolichnaya, corremos para a saída, seguros que o atirador apagaria a sua marca. E nesse momento, ao abrir a porta, deparará-mo-nos com muitos outros vagabundos, que, vendo a cara do seu companheiro em cima da nossa mesa e o seu braço na boca de um cão nos forçaram para dentro enraivecidos, também pela vastidão do defunto.

E assim começou uma guerra que não irá ficar nos livros de história mas no cadastro de muitos indivíduos. Felizmente, Khazyumhov, embora bêbedo, ainda tem consigo a arma, sobre a qual dorme.
Em breve acordá-lo-emos, num momento de cessar-fogo, e quando o Lazarra voltar com a gasolina.

Mais informações estarão para vir, assim que recuperar-mos o computador ou quando o Gomes voltar a ir a uma biblioteca à procura de sorte, e acabar, como sempre, em frente ao ecrã.

César Editoras

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

O Gomes Foi Violado

Não sabemos quando, mas sabemos onde e achámos importante dizê-lo aos nossos leitores.

Assim que André Lazarra entrou no Beco Do Julião domingo de manhã para tratar de papelada, deparou-se com uma enorme mancha de sangue presente na parede perto da sua secretária.

Entre gritos aflitivos e gestos indefinidos, André concluiu automaticamente que tinha havido de novo um homicídio dentro das nossas quatro paredes.

Habituado a homicídios, assim que o Gomes chegou ao escritório, mais tarde que o habitual, exibiu sinais de desconforto e constrangimento. O senhor Lazarra encarregou-o de reportar o sucedido à polícia e o Gomes, embora relutante, dirigiu-se à esquadra mais próxima. No mesmo dia a polícia entrou no Beco Do Julião para realizar uma investigação pericial.

No próprio dia e escondendo algumas conclusões, Lazarra e o Gomes foram chamados à esquadra para esclarecer os factos e partilhar o historial de violência alheia do Beco. Lazarra sentou-se numa das duas cadeiras e o Gomes mostrou-se relutante. Receoso que o seu comportamento o colocasse na lista de suspeitos, eventualmente decidiu sentar-se, embora a custo, muito custo.

Impressionados e estranhados com o comportamento do Gomes, mandámos o Lazarra comprar e instalar um equipamento de alta vigilância na sala onde o sangue ainda estava, esperando apanhar o culpado, ou os culpados.

No dia seguinte, segunda feira, analisando o captado, descobrimos o Gomes vestido de preto a limpar com uma esfregona o sangue exposto na parede. Pensando apenas na sua cumplicidade e indo embora contra a nossa vontade, decidimos apresentar o achado à Polícia Judiciária numa questão de minutos.
E dentro de minutos também esta apreendeu o coiro do Gomes, suspeito número um.

Levado para uma sala de interrogatórios e desconfortável na sua cadeira de ferro, o nosso advogado estagiário recusou prestar declarações, exceptuando o querer dar um melhor aspecto ao interior do Beco. A Justiça presumiu assim que o Gomes quereria apenas apagar provas de um crime ainda não esclarecido. Nessa tarde foi colocado preventivamente na Penitenciária do Parque Eduardo VII.

A sua noite foi passada na cadeia e, não aguentando aí estar, decidiu confessar algo que a todos nos chocou. De tarde na sua cela, e comovendo-nos, admitiu ter sido violado na noite de Sábado enquanto trabalhava até tarde, por um sem abrigo que já o havia aliciado com uma salsicha verde fora de prazo que Gomes dizia ser um pénis humano em putrefacção.

A Polícia não tomou de imediato as declarações do advogado como sendo a verdade. De facto, nada é mais regular na penitenciária do que violações. Após o Gomes lhes ter apresentado o seu ânus ensaguentado, repleto de pus e fissurado indescritivelmente a polícia decidiu retirar, não deste, mas do braço do Gomes uma amostra de sangue e analisá-la em laboratório comparando-a com a do advogado. "Sorte" a sua, ambos os sangues eram do pobre rapaz.

Sem acusador e sem provas da sua culpabilidade, o Gomes foi libertado às 23 horas de terça feira e, como indemnização foi-lhe oferecida uma operação proctal a ser realizada quarta feira de manhã.

Sorte a sua, pois assim que pisou o solo húmido do Parque Eduardo VII como um homem livre, foi apanhado pelas garras de um homem negro de dois metros e meio que o empanturrou consigo mesmo. Não sei se teve sorte ou azar, pois chamou o 112 quinze minutos depois e foi levado de emergência para o hospital. Alegando que o seu ânus lhe doía enormemente e que não o sentia, fruto do seu delírio, rapidamente foi informado que este já não existia. Tendo sido operado pela meia noite e meia hora, ficou no hospital onde ainda permanece e, não tendo usufruído da operação paga pelo Estado foi obrigado a pagar a prótese proctal que lhe foi feita e a quem ele agora chama de ânus.

E sim, tudo isto para revelar que o Gomes foi finalmente violado comprovadamente, algo que não esperávamos que não acontecesse.

César Editoras.







quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Mensagem De Ano Novo

Cá na César Editoras não desejamos nada mais que sucesso e realização pessoal ao nosso público. Não o desejamos a nós porque não acreditamos que faça sentido.

Depois desta paragem de final de 2014, denominada por "A Ressaca de Amor de Mãe" avançamos que não temos nada concreto para este ano a nível de projectos, mas que desejamos reestruturar economicamente a nossa empresa e reganhar o público que perdemos no ano transacto.
Talvez um Por Portugal A Fora possa estar de pé. O terceiro e o final.
A Wiki está em progresso (pode sempre consultá-la) e embora nunca esteja completa devido às actualizações feitas ao longo do tempo, o essencial estará finalizado em breve.

Entretanto André Lazarra desistiu de Emerge-Me, mas estará disposto a colocar o resto do EP online.
Agora diz que está demasiado ocupado com a sua resolução de ano novo: Encontrar um ponto óptimo entre qualidade e preço. Estamos a falar de prostitutas, claro.

O Gomes recebeu 5 pessoas, ou se preferirem, 5 sem-abrigo para passar o ano, o que não rendeu nenhum dinheiro e o único receptáculo enchido foi o vomitório.

Viktor Khazyumhov está no Tajiquistão a passar férias com a família.

Feliz Ano Novo,

César Editoras