Emerge-Me! está finalmente disponível, após vários meses de gravação e a promessa de que o álbum sairia em Dezembro!
Está curioso?
Siga o link: https://emerge-me.bandcamp.com/album/emerge-me
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Difundimos Correntes Vanguardistas.
Provérbios Musicaisde André Lazarra está agora disponível no seguinte link:
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
Olá, É O Gomes Outra Vez
Olá, é o Gomes outra vez.
Pensei que se falasse aqui, nesta imensa teia de contactos, poderia receber mais atenção, ou atenção apenas. No Beco já todos se fartaram de mim. Hoje até o próprio espelho a quem confesso tantos segredos meus se encontrava partido no chão, com restos de sangue e uma faca jazidos a seu lado. Por outro lado, crimes como estes não são incomuns na nossa Sede.
Sem me querer alongar venho confessar que o meu lugar no mundo começa a ser questionado até por mim. Que era um lugar à janela, na fila anexada às casas de banho, eu já sabia, pois nunca tive nem grande conforto, espaço ou hipóteses de saída. Mas e se essa saída estivesse estado sempre à minha frente (lado) e eu nunca nela tenha notado?
E se eu abrisse a janela?
Seria um acto complicado. Pessoas, embora poucas, tentar-me-iam parar, sabendo eventualmente que pouco poderiam fazer sem me magoar, sabendo que para esta decisão a fila da frente pertencia-me.
Os custos que sobre mim recaem seriam grandes, mas não grandes o suficiente para ultrapassar o ganho e a liberdade que me consolaria. Um mergulho na piscina do desconhecido, uma escapadela da rotina que lentamente me corrói e que,com a sua mão gangrenosa me puxa lentamente para o buraco a que pertenço.
A minha falta seria sentida apenas porque tornaria mais chegadas certas pessoas que nunca revolveram o seu mundo à sua volta e reciprocamente eu lhes respondi e responderei. A passagem para a outra e inatingível margem do vidro é para muitos algo distante, improvável e muitas vezes ausente, mas quando se viaja à janela torna-se assustadoramente presente e curiosamente opcional. Sempre no inóspito canto do nosso olho, espreita quando temos fome, relembra-nos da sua existência quando nos sentamos sem livro para ler e aguarda o nosso regresso quando dormitamos ao som dos motores da vida. Sempre fiel, sempre presente. Sempre à espera do fim do seu turno que prefere que termine brevemente, sabendo no fundo que quando acabar terá certas saudades dos momentos que passou enquanto permaneceu fechada, a janela. Pois quando declarada aberta, no exercício final de todas as suas funções, cairá no esquecimento e mergulhará também ela na nuvem carregada do desconhecido, tal como o vírus que mata com sucesso o seu paciente e vulnerável portador.
À medida que a janela vai abrindo, pensamentos racionais deixam o cérebro, para este se concentrar apenas nas actividades motoras que executaram com sucesso a ordem previamente mandada, essa ordem que, com o estalar das junções, o clique do metal, ou o baque da madeira, se torna irrevogável e assim condiciona a vida dos passageiros da aeronave, que apenas quando me vêem a saltar e a desaparecer das suas vistas é que reparam na minha agora e sempre ausente existência. Os olhos que nunca me viram lobrigam-me e logram saber da minha existência com a qual coexistiram sem o saber.
Tal como o peixe admirado por ser pescado pela gaivota astuta, as palmas à minha coragem e as bocas caídas sobre o meu espírito revelam que a minha decisão há sido correcta, pois, num ponto de vista meramente utilitarista, retirou, a longo prazo um fardo que, tal como uma bola de neve, mais complexo, heterogéneo e grandioso se tornaria com o tempo.
Vejo-me a desfalecer. Os olhos pesam-me e não percebo se estou a girar ou simplesmente a cair como um prego de uma tábua defeituosa que era a minha vida. O avião do qual me libertei continua, intacto e indiferente à minha queda, que para ele apenas foi literal. Os pássaros não existem a estas altitudes e o frio é por mim ignorado. Tudo por mim é ignorado. O meu Universo sou eu e o que reside dentro de mim, o que resta. Como é belo e ideal o solipsismo, numa situação terminal como estas. Nunca estive errado, porque nunca pude estar certo! A vida sorri-me finalmente, quando dela já não preciso e quando dela já não quero nada. De forma inata e meramente acidental compreendo que nunca quis. Tudo me é novo neste momento em que as nuvens finalmente me circundam. Não consigo ver nos seus reflexos os rostos que marcaram a minha dúbia presença no mundo egocêntrico dos humanos, pois destes já não me recordo.
Agora irei para um sítio melhor, um sítio não concebido pela mente do incerto e do cobarde incapaz, mas sim para um sítio só meu. Um quarto infinito e vazio, mobilado com o meu pensamento e as minhas marcas e cicatrizes. Um quarto que acabará como tudo e que, com o passar do tempo encolherá, para dar lugar a um novo inquilino. A minha existência já não é da minha responsabilidade, nunca foi, e neste momento em que vejo o mar escuro e profundo, admito que não o será.
As fotografias deixadas nos armários e nas gavetas secundárias nunca procuradas levam consigo uma imagem falsa e nunca extensa o suficiente da minha personalidade para o além. Que ardam depressa!
Vertendo-me finalmente no mar que desconheço ainda hoje, faço as minhas solenes despedidas apenas na minha cabeça, não tendo a coragem, sobretudo a vontade de me forçar a fazê-lo. O protocolo não é dirigido aos educados e audazes, é dirigido aos obedientes e inseguros.
Neste momento estou seguro do meu estado, que enquanto escrevo na minha mente estas últimas ideias, se altera para irrevogável se tornar, tal como a janela que aberta se tornou independente da sua presença e alcançou algo relevante.
Assim é, assim será. A coragem elimina a cobardia e faz-me sentir em paz e, embora nunca a vá sentir, a ausência de dor e sentimentos nefastos, aliados projecção de nunca sentir aqueles que se revelam benfeitores, agrada-me e torna-me invisível ao meu pensamento.
Já nada depende de mim agora! Mas tudo dependeu, tenha esse sido o erro, ou a salvação!
Gomes, advogado estagiário.
????/??/?? - 2015/02/24
Pensei que se falasse aqui, nesta imensa teia de contactos, poderia receber mais atenção, ou atenção apenas. No Beco já todos se fartaram de mim. Hoje até o próprio espelho a quem confesso tantos segredos meus se encontrava partido no chão, com restos de sangue e uma faca jazidos a seu lado. Por outro lado, crimes como estes não são incomuns na nossa Sede.
Sem me querer alongar venho confessar que o meu lugar no mundo começa a ser questionado até por mim. Que era um lugar à janela, na fila anexada às casas de banho, eu já sabia, pois nunca tive nem grande conforto, espaço ou hipóteses de saída. Mas e se essa saída estivesse estado sempre à minha frente (lado) e eu nunca nela tenha notado?
E se eu abrisse a janela?
Seria um acto complicado. Pessoas, embora poucas, tentar-me-iam parar, sabendo eventualmente que pouco poderiam fazer sem me magoar, sabendo que para esta decisão a fila da frente pertencia-me.
Os custos que sobre mim recaem seriam grandes, mas não grandes o suficiente para ultrapassar o ganho e a liberdade que me consolaria. Um mergulho na piscina do desconhecido, uma escapadela da rotina que lentamente me corrói e que,com a sua mão gangrenosa me puxa lentamente para o buraco a que pertenço.
A minha falta seria sentida apenas porque tornaria mais chegadas certas pessoas que nunca revolveram o seu mundo à sua volta e reciprocamente eu lhes respondi e responderei. A passagem para a outra e inatingível margem do vidro é para muitos algo distante, improvável e muitas vezes ausente, mas quando se viaja à janela torna-se assustadoramente presente e curiosamente opcional. Sempre no inóspito canto do nosso olho, espreita quando temos fome, relembra-nos da sua existência quando nos sentamos sem livro para ler e aguarda o nosso regresso quando dormitamos ao som dos motores da vida. Sempre fiel, sempre presente. Sempre à espera do fim do seu turno que prefere que termine brevemente, sabendo no fundo que quando acabar terá certas saudades dos momentos que passou enquanto permaneceu fechada, a janela. Pois quando declarada aberta, no exercício final de todas as suas funções, cairá no esquecimento e mergulhará também ela na nuvem carregada do desconhecido, tal como o vírus que mata com sucesso o seu paciente e vulnerável portador.
À medida que a janela vai abrindo, pensamentos racionais deixam o cérebro, para este se concentrar apenas nas actividades motoras que executaram com sucesso a ordem previamente mandada, essa ordem que, com o estalar das junções, o clique do metal, ou o baque da madeira, se torna irrevogável e assim condiciona a vida dos passageiros da aeronave, que apenas quando me vêem a saltar e a desaparecer das suas vistas é que reparam na minha agora e sempre ausente existência. Os olhos que nunca me viram lobrigam-me e logram saber da minha existência com a qual coexistiram sem o saber.
Tal como o peixe admirado por ser pescado pela gaivota astuta, as palmas à minha coragem e as bocas caídas sobre o meu espírito revelam que a minha decisão há sido correcta, pois, num ponto de vista meramente utilitarista, retirou, a longo prazo um fardo que, tal como uma bola de neve, mais complexo, heterogéneo e grandioso se tornaria com o tempo.
Vejo-me a desfalecer. Os olhos pesam-me e não percebo se estou a girar ou simplesmente a cair como um prego de uma tábua defeituosa que era a minha vida. O avião do qual me libertei continua, intacto e indiferente à minha queda, que para ele apenas foi literal. Os pássaros não existem a estas altitudes e o frio é por mim ignorado. Tudo por mim é ignorado. O meu Universo sou eu e o que reside dentro de mim, o que resta. Como é belo e ideal o solipsismo, numa situação terminal como estas. Nunca estive errado, porque nunca pude estar certo! A vida sorri-me finalmente, quando dela já não preciso e quando dela já não quero nada. De forma inata e meramente acidental compreendo que nunca quis. Tudo me é novo neste momento em que as nuvens finalmente me circundam. Não consigo ver nos seus reflexos os rostos que marcaram a minha dúbia presença no mundo egocêntrico dos humanos, pois destes já não me recordo.
Agora irei para um sítio melhor, um sítio não concebido pela mente do incerto e do cobarde incapaz, mas sim para um sítio só meu. Um quarto infinito e vazio, mobilado com o meu pensamento e as minhas marcas e cicatrizes. Um quarto que acabará como tudo e que, com o passar do tempo encolherá, para dar lugar a um novo inquilino. A minha existência já não é da minha responsabilidade, nunca foi, e neste momento em que vejo o mar escuro e profundo, admito que não o será.
As fotografias deixadas nos armários e nas gavetas secundárias nunca procuradas levam consigo uma imagem falsa e nunca extensa o suficiente da minha personalidade para o além. Que ardam depressa!
Vertendo-me finalmente no mar que desconheço ainda hoje, faço as minhas solenes despedidas apenas na minha cabeça, não tendo a coragem, sobretudo a vontade de me forçar a fazê-lo. O protocolo não é dirigido aos educados e audazes, é dirigido aos obedientes e inseguros.
Neste momento estou seguro do meu estado, que enquanto escrevo na minha mente estas últimas ideias, se altera para irrevogável se tornar, tal como a janela que aberta se tornou independente da sua presença e alcançou algo relevante.
Assim é, assim será. A coragem elimina a cobardia e faz-me sentir em paz e, embora nunca a vá sentir, a ausência de dor e sentimentos nefastos, aliados projecção de nunca sentir aqueles que se revelam benfeitores, agrada-me e torna-me invisível ao meu pensamento.
Já nada depende de mim agora! Mas tudo dependeu, tenha esse sido o erro, ou a salvação!
Gomes, advogado estagiário.
????/??/?? - 2015/02/24
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
Estatísticas 2015/02/18
Na presente rubrica do mês de Fevereiro deparamo-nos com algo que por um lado de surpreendente nada tem, e algo que representa o seu completo contrário.
Abordando o que não espasma o leitor, verificou-se um claro declínio nas visualizações semanais, havendo 1 dos sempre fiéis EUA e uma da recente exposta Roménia. Esta diminuição resulta, queremos nós acreditar, da nossa paragem duradoura, iniciada imediatamente após o lançamento de Amor De Mãe. Não se fiem na virgem! Estamos a apreciar bastante esta altura na qual qualquer coisa que façamos não se reflecte negativamente nas nossas contas!
O segundo e surpreendente aspecto é naturalmente a visualização romena.
Que dizer? Estaremos sob ataque após o nosso conflito semi-armado com os vagabundos que penetraram ilegalmente o nosso Beco?!
Não sabemos, mas a segurança foi redobrada esta semana: Desde esta última segunda feira ninguém trabalhou dentro das paredes dos escritórios com vista a diminuir o ódio e a nossa presença perante o povo romeno. Desta maneira temos a certeza que nenhum ataque surpresa nos inflige e que o Gomes finalmente vais deixar de dormir debaixo da secretária do André Lazarra por uns tempos.
Ficai atentos, pois mais notícias se seguirão!
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
Resumo Da Batalha de Ourique e Explicação Relativa À Ausência
Foi no dia 22 de Janeiro que demos pela última vez notícias sobre a famosa Batalha de Ourique, na qual cerca de vários Vagabundos romenos irromperam pelo Beco do Julião e tentaram tomar posse do mesmo.
Acontece que falharam, mas não se deixaram esquecer rapidamente.
Depois de a ressaca do Khazyuhmov se ter desvanecido este acordou e baleou com a sua 12-Gauge todos os romenos que infestavam as paredes já sujas do Beco.
Os danos foram graves, mas não para nós, pois enterrá-mo-los todos na fogueira que fizemos com o resto da gasolina que nos restou.
Infelizmente vários tectos do Beco ficaram manchados não só com sangue, mas também com fezes e outros fluídos que pelos vistos os europeus de leste também possuem. Nada de cinzento foi encontrado.
De resto mais nada se tem passado.
Até a nossa conta de Instagram está mais activa que o site! Ide ver! Asinha!
Gomes, Advogado estagiário.
Aqui em baixo onde ninguém nos vê tenho uma confissão a fazer:
Não me imagino a trabalhar nesta empresa opressiva o resto dos meus dias de labora.
Não vejo o meu futuro nas mãos de um homem que considera sexta feira o dia de trocar dinheiro por "um pouco de canibalismo saudável".
Não acredito no sucesso desta empresa, pois nunca o conheceu e nunca conheceu ninguém com este.
Gasto o meu salário em Dimple para me esquecer que trabalho cá, mas quando me embebedo não guio para casa (também porque não tenho carro) e acordo no Beco, onde me lembro imediatamente daquilo que me torna miserável.
Penso em terminar tudo, mas não hoje. Ainda tenho um fundo de uma garrafa e neste momento nada me faz mais feliz.
Gomes, advogado estagiário.
Acontece que falharam, mas não se deixaram esquecer rapidamente.
Depois de a ressaca do Khazyuhmov se ter desvanecido este acordou e baleou com a sua 12-Gauge todos os romenos que infestavam as paredes já sujas do Beco.
Os danos foram graves, mas não para nós, pois enterrá-mo-los todos na fogueira que fizemos com o resto da gasolina que nos restou.
Infelizmente vários tectos do Beco ficaram manchados não só com sangue, mas também com fezes e outros fluídos que pelos vistos os europeus de leste também possuem. Nada de cinzento foi encontrado.
De resto mais nada se tem passado.
Até a nossa conta de Instagram está mais activa que o site! Ide ver! Asinha!
Gomes, Advogado estagiário.
Aqui em baixo onde ninguém nos vê tenho uma confissão a fazer:
Não me imagino a trabalhar nesta empresa opressiva o resto dos meus dias de labora.
Não vejo o meu futuro nas mãos de um homem que considera sexta feira o dia de trocar dinheiro por "um pouco de canibalismo saudável".
Não acredito no sucesso desta empresa, pois nunca o conheceu e nunca conheceu ninguém com este.
Gasto o meu salário em Dimple para me esquecer que trabalho cá, mas quando me embebedo não guio para casa (também porque não tenho carro) e acordo no Beco, onde me lembro imediatamente daquilo que me torna miserável.
Penso em terminar tudo, mas não hoje. Ainda tenho um fundo de uma garrafa e neste momento nada me faz mais feliz.
Gomes, advogado estagiário.
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