segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Provérbios Musicais, de André Lazarra

O primeiro trabalho de Lazarra pós "Emerge-Me!", projecto que visava fazer emergir a carreira musical do nosso caro Consultor Linguístico, terá por nome "Provérbios Musicais" e sairá em direcção ao mundo no dia 22 de Fevereiro do ano de 2017.
A este importante marco André Lazarra oferece algum contexto, na forma de uma breve introdução explicativa:

"O que é um provérbio, senão uma máxima à qual podemos recorrer com segurança? Algo intrincado na cultura de um povo, algo que o caracteriza e às vezes protege, um saber que se mantém inalterado e que perdura ao longo dos séculos. Um provérbio musical não excede as suas modestas competências, a sua razão de ser sendo de certo modo uma segurança enviada ao ouvinte que, ao prestar atenção a estas humildes composições, encontrará nelas um pano de fundo para uma determinante reflexão capaz de dar origem a novos e importantes saberes. As melodias são vastas e evocam vários cenários diversos aos quais apenas o ouvinte poderá dar continuação. Talvez seja esta abstracção que confere ao conjunto o título de "Provérbios", que ditos comportam igualmente um largo alcance. As músicas, como dizia Townes Van Zandt, uma vez lançadas são da posse do mundo e estes Provérbios Musicais, assim que são ouvidos por aquele que não os compôs, pertencem-lhe também, integrando assim uma instituição infinitas vezes superiores àquela que os criou, a Sociedade".

Obrigado Lazarra. A obra será lançada via Bandcamp, num espaço diferente daquele que ocupará até ao fim dos dias o projecto anterior. Nos dias seguintes dedicarmo-nos-emos à produção de cada um dos elementos constitutivos do trabalho e à criação desta página nova. Não existirá qualquer single, pois o álbum apenas faz sentido quando disponível na íntegra.

A Setlist:

1. Numa Rua Escura de São Petersburgo (Banda Sonora de Um Acto Miserável)
2. Esquartejando José Cid
3. Na Dacha
4. Abre-Se A Válvula do Azedume
5. Vislumbrando Viçosidades
6. Elogiando Prokofiev
7. O Petisco
8. O Mentecapto
9. O Delito
10. A Tundra
11. Um Criminoso Deambula Entre Pares
12. Furgoneta
13. Um Vaso de Flores
14. No Jardim do Velho Wang

Tempo Total: ~52 Minutos


Lenocínio Baptista, Advogado Estagiário



domingo, 22 de janeiro de 2017

Prémios César-Editorianos: Resultados

Os resultados dos Prémios César-Editorianos são hoje conhecidos, no momento em que qualquer deliberação extra se vê incapaz de contribuir com algo para a discussão. Os resultados são finais e o resultado (pedimos desculpa pela redundância mas por questões de celeridade fomos incapazes de encontrar uma outra forma de colocar a questão, de novo pedindo desculpa pela redobrada redundância, desta vez contudo mais facilmente evitável, dado que a palavra assunto, como vê, nos habita a mente) de reuniões sucessivas onde vários temas, opiniões e insultos foram lançados pelos quatro cantos da mesa. Quantas falácias foram dirigidas a outrem! Quantas amizades ruíram dogmaticamente quando uma categoria era discutida, tendo mais tarde sido reconstruídas no decorrer de um novo assunto. Como de costume, os objectivos da empresa que não são remunerados e que se atingem através de uma discussão calmamente planeada (em acta!) são aqueles onde a estrutura da César Editoras ameaça implodir e a Razão, pilar fundamental da acção César-Editoriana, é vulgarmente agredida às mãos de parvos que se embriagam ao mergulhar de cabeça no seu interminável fluxo de orgulho, não amparado pela vontade mas pela exaustão.

Ora, dado o contexto, tomemos conhecimento dos aguardados vencedores e as razões que lhes concederam esta admirável honra.


Prémio Mais Fascinante Calamidade: Premeia a mais tenebrosa calamidade aos olhos César-Editorianos.

Nomeados:
  • O Vírus Zika
  • Os Jogos Olímpicos de 2016
  • A eleição de Donald Trump
  • Crise dos Mísseis Norte Coreanos
  • Canonização de Madre Teresa de Calcutá
Vencedor: Canonização de Madre Teresa de Calcutá.
A colocação de Madre Teresa de Calcutá num patamar tão elevado de quase imaculação revela a desagradável opção da Igreja Católica em enveredar de novo pela ignorância, ao omitir claramente da sua deliberação as verdadeiras práticas realizadas pela Madre Teresa. Com efeito, muitas foram as ocasiões em que perguntámos a cidadãos portugueses católicos o que achavam do trabalho de Madre Teresa de Calcutá. Muitos não sabiam exactamente o que ela havia feito e essa parece ser a intenção do Vaticano, que se protege ao não promover factos, mas situações tão específicas e não representativas da realidade como o milagre necessário à canonização que levou a albanesa ao patamar de Santa, a cura de um tumor a uma mulher indiana através da colocação de um medalhão contendo a fotografia da milagreira, apesar de ter sido avançado pelo staff médico que o tratamento normal de um cancro o havia removido. Para qualquer católico, para o nível do seu raciocínio e da sua gnose, qualquer conquista cientifica deverá certamente poder apenas ser um milagre. Da mesma forma o relatório da cura foi prontamente confiscado pela organização criada pela santificada. Acresce a este obstáculo claro uma série de más práticas, como o baptismo de doentes às portas da morte sem o seu consentimento e de forma secretiva, a inexistência de cuidados hospitalares ou conhecimentos técnicos suficientes independentemente dos milhões de dólares que a sua organização de caridade recebia e, decorrente deste último ponto, a clara e flagrante promoção do culto do sofrimento. Para Madre Teresa, o sofrimento era uma forma de aproximação a Deus, pela semelhança na dor sentida por Cristo na Terra (" this terrible pain is only the kiss of Jesus — a sign that you have come so close to Jesus on the cross that he can kiss you "), e não poderia nunca deixar de ser visto como uma coisa boa. 
Como ninguém parece tomar conhecimento disto não compreendemos ainda. 


Prémio Excelência Musical: Premeia o mais brilhante músico de todos os tempos.

Nomeados: Todos os músicos existentes, vivos ou mortos.

Vencedor: Tom Waits
Estaremos quase correctos ao assumir que Tom Waits não se enquadra num género apenas, mas em vários e num muito específico, "Tom Waits". Qualquer tentativa de o imitar poderá ser a última cartada em qualquer carreira musical digna. Ao longo dos tempos Waits sempre manteve o seu caminho e, como disse, quando olhava para trás via pessoas segui-lo. A sua originalidade, a sua inovação gritante resultante do perfeccionismo associado aos sons que incessantemente buscava e tornava em instrumentalizações subtis e fabulosas, a sua genialidade na composição e mestria dos instrumentos, o facto de ter evitado cair em fórmulas como Bob Dylan ou Bruce Springsteen mantendo sempre a sua vontade no centro da criação, a ausência da necessidade de vender e lançar álbuns constantemente, em vez disso lançando ora um a cada sete anos, ora 4 no mesmo período (1999-2006, embora o Brawlers valha por três, o que faria 6 álbuns), a sua destreza teatral no cinema e no palco, a sua poesia diversa e evocativa e, por fim, a sua humildade enquanto pessoa e facilidade no trato de outras revelam que não há, nem nunca houve, ninguém tão conceituado como o único e singular Tom Waits. No entanto as pessoas cingem-se ao seu primeiro álbum e ao "One From The Heart" que, sendo fantásticos, não são suficientes para compreender tudo aquilo que o artista significa.


Prémio Mais Marcante Condenação: Premeia a sentença mais lustrosa do ano em questão. Têm-se em conta a importância do condenado e a dureza da pena.

Nomeados:
  • Hisséne Habré
  • Oscar Pistorius
  • Otto Warmbier
  • Radovan Karadzic
  • Reinhold Hanning
Vencedor: Hisséne Habré.
Num momento de plena comoção política em África (grave constante), em países como a Gâmbia e o Congo, nenhuma condenação parece mais relevante do que uma onde um homem-forte de um regime ditatorial do continente enfrenta os crimes que cometeu. 


Prémio Nobre Avanço Científico: Premeia a mais nobre causa, descoberta ou destreza técnica.

Nomeados:
  • O Radiotelescópio de Guangzhou
  • Gothard Base Tunnel
  • Ondas Gravitacionais
Vencedor: Ondas Gravitacionais
Na César Editoras conhecimentos de Física são geralmente nulos. No entanto conseguimos entender a importância desta descoberta e sobrelevá-la quando comparada às restantes. Nada mais interessante é do que conhecer aquilo que jaz para além do nosso planeta, pois nos recantos do cosmos encontram-se as mais fascinantes perguntas que o ser humano conseguirá alguma vez colocar, sobre si ou sobre aquilo que o ultrapassa. Como disse uma vez André Lazarra: "O Espaço é a coisa mais interessante do Universo". A causa é nobre e a descoberta abre uma nova e importante área de investigação.



Prémio Posição de Força: Premeia a inflexibilidade face a pressões exteriores injustas, na perseguição da manutenção da ordem e estabilidade política.

Nomeados:
  • Alexandr Lukashenko
  • Bashar Al-Assad
  • Kim Jong-Un
  • Viktor Orbán
  • Vladimir Putin
Vencedor: Vladimir Vladimirovich Putin
Poucos são aqueles que demonstram a sua força de forma tão distinta como Vladimir Putin. A sua acção, soberbamente unilateral, revelou-se sempre apenas motivo de palavreado e não de reacção. Ninguém ousa tocar em Putin e, num mundo crescentemente confuso onde a informação avança demasiado rápido, a sua figura de força e de acção parece tanto apelar aos ocidentais como aos povos de leste, que o vêm como um líder poderoso e capaz, duro mas justo. A sua influência mantém-se imperial dentro e fora do país, apesar de ser constantemente criticado e pressionado pela opinião pública. Embora a economia russa se tenha ressentido com as sanções que lhe foram impostas, a estabilidade da sua presidência parece pouco ou nada afectada. Aliás, com Trump na presidência dos EUA, é provável que estas sanções sejam aligeiradas, embora acreditemos que Trump não compreende ainda na totalidade o antagonismo natural existente entre o país que lidera e a Federação Russa. Não há homem que faça frente ao Deus russo! Não será Putin o homem mais poderoso do mundo?

Assim se completa a primeira edição dos Prémios César-Editorianos.
Não concorda com os galardoados? Está bem.

Que comece a labuta dos novos candidatos,


César Editoras

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

O Que É A Justiça Restaurativa?

O que é afinal a Justiça Restaurativa e para que precisamos dela?

Na generalidade o cidadão português comum não possui os conhecimentos ou o intelecto que lhe permitam uma aproximação notável à noção de Justiça Restaurativa. Num primeiro olhar parecer-lhes-ia a restauração de um direito, um bem, um estatuto, orientada pelos critérios definidos na lei. É facto que a generalidade da população portuguesa efectivamente não possui conhecimentos aprofundados sobre todas as matérias à sua disposição, pelo que a utilização da lógica é recorrente. A César Editoras é uma forte apologista da lógica e da razão e sobre elas apoia o seu patrocínio do genocídio de fundamentalistas religiosos. Contudo a recorrência à lógica poderá iniciar uma trajectória dirigida à mediocridade, se meramente aliada a conhecimentos exíguos. Assim sendo, notando quão provável é a probabilidade da opinião da maioria estar errada, aferimos que, também em regime probabilístico, a Justiça Restaurativa nada tem a haver com esta aproximação torta realizada pelo povo português.
Como determinará a César Editoras, sem qualquer noção sobre esta matéria, o que é afinal a Justiça Restaurativa? Em primeiro lugar interprete-se o que é Justiça. Este conceito é-nos conhecido: Justiça é a vontade permanente e constante de dar ao outro o seu direito. E o que é Restaurativa? Restaurativo é aquele item que restaura, que devolve, que restitui algo material ou imaterial. Ora, daqui se compreende as intenções benignas do nosso leigo povo português. Seria lógico seguir estes caminhos, mas estaríamos certamente a descer à toca do lobo, a dar a mão de bandeja à menina dos cinco olhos, a mergulhar no escuro ou  a crucificar sangrentamente a nossa gnose. A César Editoras nunca poderia apoiar esta posição, embora as suas opiniões muitas vezes se apoiem em critérios racionais. Apenas assim justifica o seu patrocínio assumido do genocídio de fundamentalistas religiosos.
Regressamos portanto à pergunta à qual nos propusemos responder, o que é afinal a Justiça Restaurativa e para que precisamos dela? Não fazendo sentido ingressar num raciocínio rigoroso, faz sim sentido ingressar num raciocínio livre e lacunoso que nos permita tentar a nossa sorte. Em caso de falha digna de elevado escárnio, faça-se a primeira justiça e restaure-se a dignidade da pessoa humana!
A Justiça Restaurativa é afinal uma forma de Justiça. Em relação a este ponto de partida possuímos, contudo, ainda algumas reservas. Incide sob as pessoas humanas e colectivas, sendo estas últimas constituídas pelas primeiras. A restauração é indubitavelmente um sector importante na economia portuguesa, sempre associada aos crescentes números do Turismo. Certo é que grande parte dos turistas que visitam grandes polos económicos portugueses são reles. Não só por serem espanhóis ou irlandeses. Há, espantai-vos, turistas reles de nacionalidade alemã, austríaca e restantes países nórdicos europeus. A culpa disto apenas incide sob aqueles que impediram a criação bem-intencionada de um povo supremo. Se tal tivesse sido permitido, seria razoável pensar numa baixa pombalina recheada de verdadeiros turistas e não de hippies de casa às costas. Aliás, talvez o turismo da Europa para a Europa nem uma realidade seria, pois todos viveríamos (aqueles que viveriam livres e não dependentes do seu trabalho) sob a tutela de um verdadeiro e eficaz governo central, distribuidor da nacionalidade e guardião da soberania.
Poisemos de lado este complicado dossier. Retornemos à restauração. O que mais poderá significar esta palavra? Ora vejamos.
Quando nos dirigimos a um estabelecimento considerado "na moda" ou de qualidade confirmada ao longo dos anos exigimos algo que se aproxime das nossas expectativas. Justiça Restaurativa é exactamente isso: Uma justiça por parte do restaurante para com o cliente, isto é, uma relação estreita entre aquilo que o estabelecimento  aparenta ser e aquilo que realmente é. Contudo, não se enganem, a Justiça Restaurativa não se cinge unicamente ao cliente, que segundo a lei é o único e legítimo detentor da razão. É certo que o estabelecimento que preza pelo seu bom funcionamento requer sempre um staff capaz de satisfazer o cliente e de ser satisfeito! Um staff coeso que se sinta respeitado pelo patrão irá mais facilmente agradar aqueles que serve. A satisfação do cliente pode muitas vezes decorrer da boa relação que o empregado mantém com o empregador.
Assim se coloca a questão: O que é, afinal, um staff coeso e capaz?
Para responder a esta questão analisámos subjectivamente vários restaurantes que nos pareceram fabulosos no aspecto considerado e cuja longevidade nos leva a crer que as suas qualidades são apreciadas pelos demais pacóvios e verdadeiros conhecedores.
O que salientar? Saiba-se, de imediato, que as mais importantes características apresentam um carácter geral e não um específico fetichista. Comecemos e terminemos hierarquicamente desordeiramente.
Fulcral pareceu-nos, pela observância dos estabelecimentos analisados,  a existência de um indivíduo de etnia nitidamente afastada do restante grupos. Nada mais emana diversidade do que o medo e confusão provocados por um indivíduo que parece fora do lugar ao cliente. Claro, note-se, que a mentalidade do cliente tanto origina sentimentos xenófobos como de elogio, pela integração do indivíduo, por certo. Alguns clientes não irão reparar nesta qualidade exímia do restaurante e não reconhecerão os seus esforços na prossecução da integração de indivíduos mistos nas suas estruturas. São apelidados de racistas pela César Editoras, que consegue tolerar a diferença e identificá-la pela via do medo.
Afastando-nos de questões raciais, encaminhamo-nos para um factor tomado negativamente que nos pareceu transversal a todos os estabelecimentos, a ausência da empregada brasileira. "Oh César!" direis vós alegando contradições e sustentando-as com a primeira asserção deste parágrafo. Sobrelevamos a natureza desta opinião, que não se prende com quaisquer questões raciais, mas tão e somente de senso comum que, como dizia o Camilo, é a coisa menos comum na condição humana. Talvez explorar esta questão a fundo possa tomar contornos irreversíveis que nos certamente colocarão num patamar de ódio não fundamentado. Aqueles que compreendem aquilo a que nos referimos, a priori ou a posteriori, são aqueles a quem esta mensagem é verdadeiramente dirigida.
Várias outras manchas nos ocupam a mente. Quais escolher? Quais sobressaem que nem vigas do peito do soterrado?
De forma inflexível repudiamos qualquer possível visão da cozinha por parte dos clientes. Em certos negócios será impossível preveni-lo e, nessas situações, a visão recai sobre a curiosidade e vontade do cliente. Mas, quando um grotesco painel de vidro separa o visitante do visitado, convidando o primeiro a entrar no mundo da confecção conduzido pelo segundo, um incómodo tomado por improvável assume uma importância inegável, aliás, incontornável! Na sociedade mesquinha e hipocondríaca em que habitamos, na qual o mais irrelevante estudo ganha a atenção dos milhões, ninguém deverá supor que o cliente deseja ser assediado pelas mãos hipoteticamente sujas daquele que cozinha. Quantos olhares serão desviados para o seu prato, quando deviam repousar naqueles que mais o merecem? Quantos suores serão lançados quando o responsável pela dolorosa descobrir os terrores pelos quais os ingredientes passam antes de tomarem uma forma aceitável, correspondente ao treinado empratamento? A ignorância é uma bênção, pois permite ao ser racional aproveitar a refeição pela qual pagou sem sofrer no momento. Se algo correr mal, ocorrerá após o pagamento e tanto ele será a vítima, como a retrete em que será obrigado a sentar-se. Assim se afastam algumas mazelas psicológicas
Em último lugar, conscientes da insuficiência destes quatro pontos que deverão ser completados pela reflexão do leitor, encontra-se a pior característica pela qual um restaurante se poderá destacar, a presunção. Quão horrível é aquele homem careca que se mete num fato saloio e que nos indica aquilo que se encontra no prato que nós mesmos pedimos, que nos tenta dar a entender que não o merecemos, pelo seu alegado e falso teor singulativo. Ide embora! Não é a sua conversa que procuramos e a opinião que formularemos sobre o restaurante não será agora certamente a sua! Levantamo-nos sorrateiramente das cadeiras e usamo-las como dispositivo do terror, cujo singular alvo são as costas voltadas do agora enxotado chefe de mesas. Absorto e desprevenido sofre com a destruição de uma desnecessariamente cara cadeira nas suas vestes outrossim exageradas. A cara cadeira é despejada totalmente na sua coluna, de modo a que a sua pobre cara se altere com esgares de desagrado e as farpas físicas e espirituais lhe assentem no âmago ferido e no cabelo puxado para trás, cuja tinturaria não poderia agora ter qualquer outra cor que não a encarnada. E que bem lhe assenta! Nenhuma outra tão bem lhe revestiria a idade! Com o desprezo que a presunção gera entornámos-lhe a mais baixa nota no tecido rasgado e ordenámos-lhe que se lavasse, sabendo bastante bem que o golpe realizado o deixara num estado totalmente indelével que se estenderia em direcção à intemporalidade. De forma um pouco infeliz alguém mencionou um golpe de estado, mas rapidamente foi silenciado pela ameaçadora presença de uma cadeira ainda não machucada.

O que é afinal a Justiça Restaurativa? Em que mãos se encontra e com que legitimidade é exercida?


César Editoras



terça-feira, 10 de janeiro de 2017

O Ano de 2017

Entramos no ano de 2017 utilizando o mesmo método verificado em todas as nossas entradas, de rompante, pela calada e descurando visões divergentes das nossas. Não entrámos mais cedo, aliás, não nos damos por vivos há quase um mês devido a uma custosa discussão em torno da questão "Ovos Cozidos: Invenção ou Não?", que ameaçou destruir a empresa. Por fim decidimos encerrar a questão sem resposta em função da nossa empregabilidade. De novo, não aceitamos a existência de opiniões opostas à nossa e, não mostrando os funcionários todos consenso relativo a um assunto (menosprezável ou não), arriscam-se agravadas bulhas, capazes de procrastinar qualquer sessão de trabalho.

O que nos reserva o Ano de 2017? Não serão resoluções vazias, tema sobre o qual nos ocupamos anualmente.

Já em Janeiro sairão os resultados dos Prémios César-Editorianos.

Anunciamos também que em Fevereiro irá ser lançado o primeiro álbum de André Lazarra após o término do projecto "Emerge-me!" e será constituído por cerca de 14 composições suas. De novo confiamos na plataforma Bandcamp para suportar as nossas ambições.

No final do ano esperamos ter lançado um dos mais importantes projectos César-Editorianos alguma vez registados nos 6 orgulhosos anos da existência da empresa, um livro contendo os escritos César Editorianos do período 2014-2017 que inclua também vários outros pensamentos e reflexões não publicamente disponibilizadas.

E como de costume, da forma mais espontânea e provavelmente mal prospectivada, novas iniciativas rechearão este ano ímpar na história da humanidade. Veremos também como se dão os nossos amigos europeus nas importantes eleições que se avizinham e de que forma romperão com as catástrofes que assolam o modo de vida europeu.


Desejando um excelente ano, sem incidentes criminais,


César Editoras