quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

O Que É A Justiça Restaurativa?

O que é afinal a Justiça Restaurativa e para que precisamos dela?

Na generalidade o cidadão português comum não possui os conhecimentos ou o intelecto que lhe permitam uma aproximação notável à noção de Justiça Restaurativa. Num primeiro olhar parecer-lhes-ia a restauração de um direito, um bem, um estatuto, orientada pelos critérios definidos na lei. É facto que a generalidade da população portuguesa efectivamente não possui conhecimentos aprofundados sobre todas as matérias à sua disposição, pelo que a utilização da lógica é recorrente. A César Editoras é uma forte apologista da lógica e da razão e sobre elas apoia o seu patrocínio do genocídio de fundamentalistas religiosos. Contudo a recorrência à lógica poderá iniciar uma trajectória dirigida à mediocridade, se meramente aliada a conhecimentos exíguos. Assim sendo, notando quão provável é a probabilidade da opinião da maioria estar errada, aferimos que, também em regime probabilístico, a Justiça Restaurativa nada tem a haver com esta aproximação torta realizada pelo povo português.
Como determinará a César Editoras, sem qualquer noção sobre esta matéria, o que é afinal a Justiça Restaurativa? Em primeiro lugar interprete-se o que é Justiça. Este conceito é-nos conhecido: Justiça é a vontade permanente e constante de dar ao outro o seu direito. E o que é Restaurativa? Restaurativo é aquele item que restaura, que devolve, que restitui algo material ou imaterial. Ora, daqui se compreende as intenções benignas do nosso leigo povo português. Seria lógico seguir estes caminhos, mas estaríamos certamente a descer à toca do lobo, a dar a mão de bandeja à menina dos cinco olhos, a mergulhar no escuro ou  a crucificar sangrentamente a nossa gnose. A César Editoras nunca poderia apoiar esta posição, embora as suas opiniões muitas vezes se apoiem em critérios racionais. Apenas assim justifica o seu patrocínio assumido do genocídio de fundamentalistas religiosos.
Regressamos portanto à pergunta à qual nos propusemos responder, o que é afinal a Justiça Restaurativa e para que precisamos dela? Não fazendo sentido ingressar num raciocínio rigoroso, faz sim sentido ingressar num raciocínio livre e lacunoso que nos permita tentar a nossa sorte. Em caso de falha digna de elevado escárnio, faça-se a primeira justiça e restaure-se a dignidade da pessoa humana!
A Justiça Restaurativa é afinal uma forma de Justiça. Em relação a este ponto de partida possuímos, contudo, ainda algumas reservas. Incide sob as pessoas humanas e colectivas, sendo estas últimas constituídas pelas primeiras. A restauração é indubitavelmente um sector importante na economia portuguesa, sempre associada aos crescentes números do Turismo. Certo é que grande parte dos turistas que visitam grandes polos económicos portugueses são reles. Não só por serem espanhóis ou irlandeses. Há, espantai-vos, turistas reles de nacionalidade alemã, austríaca e restantes países nórdicos europeus. A culpa disto apenas incide sob aqueles que impediram a criação bem-intencionada de um povo supremo. Se tal tivesse sido permitido, seria razoável pensar numa baixa pombalina recheada de verdadeiros turistas e não de hippies de casa às costas. Aliás, talvez o turismo da Europa para a Europa nem uma realidade seria, pois todos viveríamos (aqueles que viveriam livres e não dependentes do seu trabalho) sob a tutela de um verdadeiro e eficaz governo central, distribuidor da nacionalidade e guardião da soberania.
Poisemos de lado este complicado dossier. Retornemos à restauração. O que mais poderá significar esta palavra? Ora vejamos.
Quando nos dirigimos a um estabelecimento considerado "na moda" ou de qualidade confirmada ao longo dos anos exigimos algo que se aproxime das nossas expectativas. Justiça Restaurativa é exactamente isso: Uma justiça por parte do restaurante para com o cliente, isto é, uma relação estreita entre aquilo que o estabelecimento  aparenta ser e aquilo que realmente é. Contudo, não se enganem, a Justiça Restaurativa não se cinge unicamente ao cliente, que segundo a lei é o único e legítimo detentor da razão. É certo que o estabelecimento que preza pelo seu bom funcionamento requer sempre um staff capaz de satisfazer o cliente e de ser satisfeito! Um staff coeso que se sinta respeitado pelo patrão irá mais facilmente agradar aqueles que serve. A satisfação do cliente pode muitas vezes decorrer da boa relação que o empregado mantém com o empregador.
Assim se coloca a questão: O que é, afinal, um staff coeso e capaz?
Para responder a esta questão analisámos subjectivamente vários restaurantes que nos pareceram fabulosos no aspecto considerado e cuja longevidade nos leva a crer que as suas qualidades são apreciadas pelos demais pacóvios e verdadeiros conhecedores.
O que salientar? Saiba-se, de imediato, que as mais importantes características apresentam um carácter geral e não um específico fetichista. Comecemos e terminemos hierarquicamente desordeiramente.
Fulcral pareceu-nos, pela observância dos estabelecimentos analisados,  a existência de um indivíduo de etnia nitidamente afastada do restante grupos. Nada mais emana diversidade do que o medo e confusão provocados por um indivíduo que parece fora do lugar ao cliente. Claro, note-se, que a mentalidade do cliente tanto origina sentimentos xenófobos como de elogio, pela integração do indivíduo, por certo. Alguns clientes não irão reparar nesta qualidade exímia do restaurante e não reconhecerão os seus esforços na prossecução da integração de indivíduos mistos nas suas estruturas. São apelidados de racistas pela César Editoras, que consegue tolerar a diferença e identificá-la pela via do medo.
Afastando-nos de questões raciais, encaminhamo-nos para um factor tomado negativamente que nos pareceu transversal a todos os estabelecimentos, a ausência da empregada brasileira. "Oh César!" direis vós alegando contradições e sustentando-as com a primeira asserção deste parágrafo. Sobrelevamos a natureza desta opinião, que não se prende com quaisquer questões raciais, mas tão e somente de senso comum que, como dizia o Camilo, é a coisa menos comum na condição humana. Talvez explorar esta questão a fundo possa tomar contornos irreversíveis que nos certamente colocarão num patamar de ódio não fundamentado. Aqueles que compreendem aquilo a que nos referimos, a priori ou a posteriori, são aqueles a quem esta mensagem é verdadeiramente dirigida.
Várias outras manchas nos ocupam a mente. Quais escolher? Quais sobressaem que nem vigas do peito do soterrado?
De forma inflexível repudiamos qualquer possível visão da cozinha por parte dos clientes. Em certos negócios será impossível preveni-lo e, nessas situações, a visão recai sobre a curiosidade e vontade do cliente. Mas, quando um grotesco painel de vidro separa o visitante do visitado, convidando o primeiro a entrar no mundo da confecção conduzido pelo segundo, um incómodo tomado por improvável assume uma importância inegável, aliás, incontornável! Na sociedade mesquinha e hipocondríaca em que habitamos, na qual o mais irrelevante estudo ganha a atenção dos milhões, ninguém deverá supor que o cliente deseja ser assediado pelas mãos hipoteticamente sujas daquele que cozinha. Quantos olhares serão desviados para o seu prato, quando deviam repousar naqueles que mais o merecem? Quantos suores serão lançados quando o responsável pela dolorosa descobrir os terrores pelos quais os ingredientes passam antes de tomarem uma forma aceitável, correspondente ao treinado empratamento? A ignorância é uma bênção, pois permite ao ser racional aproveitar a refeição pela qual pagou sem sofrer no momento. Se algo correr mal, ocorrerá após o pagamento e tanto ele será a vítima, como a retrete em que será obrigado a sentar-se. Assim se afastam algumas mazelas psicológicas
Em último lugar, conscientes da insuficiência destes quatro pontos que deverão ser completados pela reflexão do leitor, encontra-se a pior característica pela qual um restaurante se poderá destacar, a presunção. Quão horrível é aquele homem careca que se mete num fato saloio e que nos indica aquilo que se encontra no prato que nós mesmos pedimos, que nos tenta dar a entender que não o merecemos, pelo seu alegado e falso teor singulativo. Ide embora! Não é a sua conversa que procuramos e a opinião que formularemos sobre o restaurante não será agora certamente a sua! Levantamo-nos sorrateiramente das cadeiras e usamo-las como dispositivo do terror, cujo singular alvo são as costas voltadas do agora enxotado chefe de mesas. Absorto e desprevenido sofre com a destruição de uma desnecessariamente cara cadeira nas suas vestes outrossim exageradas. A cara cadeira é despejada totalmente na sua coluna, de modo a que a sua pobre cara se altere com esgares de desagrado e as farpas físicas e espirituais lhe assentem no âmago ferido e no cabelo puxado para trás, cuja tinturaria não poderia agora ter qualquer outra cor que não a encarnada. E que bem lhe assenta! Nenhuma outra tão bem lhe revestiria a idade! Com o desprezo que a presunção gera entornámos-lhe a mais baixa nota no tecido rasgado e ordenámos-lhe que se lavasse, sabendo bastante bem que o golpe realizado o deixara num estado totalmente indelével que se estenderia em direcção à intemporalidade. De forma um pouco infeliz alguém mencionou um golpe de estado, mas rapidamente foi silenciado pela ameaçadora presença de uma cadeira ainda não machucada.

O que é afinal a Justiça Restaurativa? Em que mãos se encontra e com que legitimidade é exercida?


César Editoras



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